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13 livros que bateram recordes do Guinness

Livros populares, livros antigos, livros venenosos e até livros escritos por cães. Descobre algumas das curiosidades literárias nos recordes do Guinness.

Harry Potter e os Talismãs da Morte

J. K. Rowling

Em 2007, não se falava de outra coisa no mundo dos livros: como terminaria a envolvente saga de Harry Potter? Foi, por isso, sem surpresa que vimos o último capítulo da série a estilhaçar mais do que um recorde mundial logo no seu dia de lançamento.

Harry Potter e os Talismãs da Morte é, de acordo com o Livro de Recordes do Guinness, o livro de ficção mais vendido de sempre nas primeiras 24 horas de publicação. Foram 8,3 milhões de exemplares vendidos só nos Estados Unidos, mais 2,65 milhões no Reino Unido.

O mesmo livro detém também o recorde de maior tiragem inicial para um livro de ficção, com um total de 12 milhões de cópias disponibilizadas para compra à meia-noite do dia 21 de julho de 2007. Uma decisão que se provou acertada.

Na Sombra

Príncipe Harry

Saltamos de Harry Potter na ficção para outro Harry, menos mágico mas igualmente mediático, na não ficção.

Na Sombra, a controversa autobiografia do duque de Sussex, foi publicada a 10 de janeiro de 2023 e vendeu, no próprio dia, um total de 1,43 milhões de exemplares, o que lhe confere o recorde de livro de não ficção mais vendido de sempre nas primeiras 24 horas de publicação.

O livro foi desenvolvido com o apoio de um escritor-fantasma, o americano J. R. Moehringer, e é, alegadamente, apenas o primeiro de quatro livros previstos para o príncipe Harry e a sua mulher, Meghan Markle.

Quéreas e Calírroe

Cáriton de Afrodísias

Quando falamos em recordes do Guinness, tendemos a pensar em quantidades e volumes, mas estes recordes também se referem a datas, distinguindo, por exemplo, várias obras pioneiras nos mais diversos géneros.

Quéreas e Calírroe, por exemplo, é o mais antigo romance do mundo.

Também conhecido simplesmente como Calírroe, acredita-se que o romance tenha sido escrito em meados do século I pelo grego Cáriton de Afrodísias. E como a sua narrativa tem lugar no passado ainda mais distante — cerca de 400 a. C. —, é também o primeiro exemplo conhecido de romance histórico.

A ação é uma loucura pegada. Quéreas casa com a belíssima Calírroe, mas, quando surgem rumores de que ela lhe poderá estar a ser infiel, ele pontapeia-a com tanta força que a mata. Ou pelo menos é isso que todos pensam. Na verdade, Calírroe encontra-se em coma. Desperta num caixão, mas logo de seguida é raptada por um bando de piratas que a pretendem vender como escrava.

Não avisei que é uma loucura pegada?

O Diário de Anne Frank

Anne Frank

Os tristes registos da jovem Anne Frank durante a ocupação nazi dos Países Baixos detêm o recorde de diário mais vendido de sempre.

Originalmente publicado em neerlandês, em junho de 1947, o diário esgotou rapidamente os três mil exemplares da tiragem original, mas foi já na década de 1950 que a sua popularidade despontou com as traduções para inglês, francês e alemão.

De acordo com o Livro de Recordes do Guinness, em 1999 tinham sido vendidos 25 milhões de cópias do diário. Mais de vinte anos depois, o número terá subido para 35 milhões.

Harry Potter e a Criança Amaldiçoada

J. K. Rowling, John Tiffany e Jack Thorne

Qual William Shakespeare, qual quê. Na categoria de peça mais vendida de sempre, reencontramos o nosso amigo Harry Potter, agora um pouco mais velho, numa muito mediática sequela da saga original.

Cerca de nove anos após Harry Potter e os Talismãs da Morte, J. K. Rowling juntou-se a John Tiffany e Jack Thorne para escrever uma peça sobre o futuro de Harry, Ron, Hermione e companhia. A estreia no Palace Theater, em Londres, foi acompanhada pela publicação do guião. E os potterheads de todo o mundo apressaram-se a meter-lhe as mãos.

De acordo com o Livro de Recordes do Guinness, até novembro de 2020 o guião de Harry Potter e a Criança Amaldiçoada vendeu precisamente 9.237.886 exemplares. Um feito assinalável, em especial porque nem leva em conta as vendas de livros digitais.

Wonder Crystal

Sybil Wettasinghe

Aos 92 anos, a cingalesa Sybil Wettasinghe viu pela primeira vez o seu nome no Livro de Recordes do Guinness graças a uma fantasia escrita em conjunto com milhares de crianças do seu Sri Lanka.

Sybil começou por escrever a maior parte de uma história infantil e, depois, com a ajuda da marca de bolachas Brand Munchee, lançou um desafio às crianças de todo o país para lhe enviarem as suas sugestões de final para a narrativa.

As escolas aderiram, a iniciativa pegou e Sybil recebeu mais de 20 mil finais diferentes. Deste lote elegeu 1250, que incluiu na versão final do livro. O resultado é Wonder Crystal, o detentor do recorde mundial para o livro com mais finais alternativos e, nas palavras da autora, a obra que lhe proporcionou o momento mais feliz da sua longa vida.

X-Men #01

Chris Claremont e Jim Lee

A especulação tem uma palavra importante a dizer no capítulo das vendas. Assim se explica como o primeiro volume de X-Men, publicado com cinco capas diferentes em outubro de 1991, se tornou o livro de banda desenhada mais vendido de sempre, com mais de 8,1 milhões de exemplares comprados.

As pessoas antecipavam um clássico que, em alguns anos, valeria imenso dinheiro, seguindo o exemplo do Action Comics #01, e correram para as livrarias para adquirir a sua preciosa cópia. Acontece que o que gera valor é a escassez. E, perante a desmedida procura, a Marvel continuou a imprimir exemplares até chegarem para toda a gente — o que, em simultâneo, lhes reduziu o valor de mercado.

Seja como for, a verdade é que não há discussão nesta categoria de vendas, porque o domínio do primeiro volume de X-Men é assustadoramente avassalador.

Para teres uma melhor ideia, basta dizer que o segundo livro de banda desenhada mais vendido de sempre é Star Wars #01, publicado em 2015, com 1,073 milhões de exemplares vendidos. Quase oito vezes menos do que X-Men #01.

Bloodstar

Robert E. Howard e Richard Corben

Qual é a diferença entre um livro de banda desenhada e uma novela gráfica? Tecnicamente, nenhuma.

Ainda assim, esta última denominação tem sido utilizada por várias entidades (leia-se: vendedores) para associar um maior “prestígio” a um determinado trabalho de banda desenhada, especialmente desde que, em 1992, o livro Maus foi distinguido com o Pulitzer. Não podíamos ter uma mera banda desenhada a vencer um prémio daquele calibre, não é? Tinha de ser algo mais. Soa melhor dizer que é uma novela gráfica.

Maus não foi, contudo, a primeira banda desenhada a ser descrita como novela gráfica. Nem tão-pouco o foi, em 1978, Um Contrato com Deus, de Will Eisner, embora tenha ajudado a popularizar o termo.

Não. Diz-nos o Livro de Recordes do Guinness que a primeira novela gráfica foi Bloodstar, uma adaptação de um conto de Robert E. Howard, ilustrada por Richard Corben e originalmente publicada em 1976. E esta?

Michelangelo: La Dotta Mano

Giorgio Vasari e Aurelio Amendola

Se adoras arte renascentista e tens 100 mil euros à mão, fica a saber que podes comprar um dos 99 exemplares disponíveis daquele que, segundo o Livro de Recordes do Guinness, é o livro mais caro do mundo.

Tributo à vida e obra de Michelangelo, o livro é composto por dezenas de documentos, fotografias e gravuras relacionadas com o artista italiano.

Cada exemplar pesa 24 quilos — devido, em grande parte, à luxuosa capa de mármore branco — e foi cuidadosamente elaborado, à mão, seguindo um processo que replica as técnicas utilizadas no período renascentista e que demora, no total, entre três e seis meses a concluir.

Shadows From the Wall of Death

Robert C. Kedzie

Na introdução deste livro, o seu autor, o médico Robert C. Kedzie, relata a história de uma menina de 9 anos que tratou. A criança sofria de múltiplos problemas graves de saúde e ninguém conseguia perceber muito bem porquê. Até que se lembraram de analisar o papel de parede do quarto dela e fizeram uma curiosa descoberta: as suas tintas incluíam arsénico, um dos mais tóxicos e perigosos venenos do mundo.

No século XIX esta não era uma prática assim tão incomum, por isso Kedzie decidiu alertar o mundo para os seus perigos. O problema foi a forma como o fez: através de um livro que reúne 86 amostras de diferentes papéis de parede com arsénico.

Publicado em 1874, com uma tiragem de 100 exemplares, este livro contém aproximadamente 36 gramas de arsénico. Em jeito de referência, importa dizer que a inalação ou ingestão de um único grama deste elemento pode ser fatal.

O Livro de Recordes do Guinness decidiu, por isso, atribuir-lhe o recorde de livro mais venenoso do mundo. Merecido, sem dúvida.

Shree Haricharitramrut Sagar

Gyanjivandasji Swami

Os calhamaços não te assustam? Experimenta ler este livro. Com um total de 10.080 páginas e 49,6 centímetros de lombada, é o livro mais grosso de sempre.

Composto por 29 cantos e 2409 capítulos, trata-se da biografia de Swaminarayan, um religioso indiano que é visto como uma figura central do hinduísmo.

Pode dizer-se que não era necessário uma obra tão longa para contar a vida de um homem que apenas viveu 49 anos, entre 1781 e 1830, mas foi o que saiu a Gyanjivandasji Swami, distinguido em 2020 pelo Livro de Recordes do Guinness.

Dicionário Xinhua

Originalmente publicado em 1957 e revisto uma dezena de vezes desde então, o Dicionário Xinhua é, em simultâneo, o dicionário mais popular do mundo e o livro atualizável mais vendido de sempre.

Diz o Livro de Recordes do Guinness que, até julho de 2015, este dicionário em formato de bolso tinha vendido mais de 567 milhões de exemplares.

É uma referência incontornável entre os estudantes chineses (e não só).

Millie’s Book

Mildred “Millie” Kerr

Para encerrar esta lista de curiosidades literárias, que tal um livro escrito por um cão? E não apenas isso, mas o mais vendido livro escrito por um cão.

Bem… mais ou menos.

Mildred Kerr, mais conhecida como Millie, era a cadelinha de George H. W. Bush, quando este era presidente dos Estados Unidos, e da primeira-dama Barbara Bush. Em 1990, “escreveu” um livro infantil (com o precioso apoio da sua dona), no qual descreve um dia na sua vida.

Esta peculiar “autobiografia” revelou-se um grande sucesso, vendendo cerca de 400 mil exemplares e faturando aproximadamente 900 mil dólares. Um feito especialmente engraçado se o compararmos com os 2700 dólares alcançados pela biografia de George H. W. Bush.

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